Freitag, 10. Februar 2012

Meu querido Govi,

O tempo que deixei de poder dormir foi substituído pelo tempo que passo a olhar para ti. Quando dormes, sao vários os músculos da cara que mexes, reviras os olhos (com que sonharás tu?), esticas e encolhes os cantos da boca, ris-te, arqueias as sobrancelhas e fechas a boca como que a dizer 'ôôôhh'. Toda a gente diz que és lindo e eu claro que te acho o bebé mais lindo de sempre, mas pergunto-me se nao será normal toda a gente dizer que os bebés, sejam eles de quem forem, sao sempre lindos. A minha capacidade de avaliar a tua beleza de bebé nao poderá nunca ser imparcial, portanto continuarei a achar que és lindo e sempre serás. Mesmo quando chegares a casa bebedo que nem um cacho e a dizeres Mae, esta é a Vanessa (estilo punk) e hoje vai dormir no meu quarto.' Se aos olhos dos outros também fores, sao mais festinhas ao ego que recebo, embora, muito sinceramente, seja absolutamente secundário se os outros te acham lindo ou nao. Entretanto, eu vou-me embriagando no teu cheirinho de bebé e derretendo-me todas as vezes em que me ofereces o teu sorriso desdentado, sejam cinco da tarde ou (com muito mais frequencia) tres horas da manha!
Um texto tao grande para te explicar como é que eu passei a sobreviver noites em claro, a tratar de ti, a aguardar pacientemente os teus arrotos, a tentar correr contra a rapidez com que os teus cocós-mostarda ameacam deixar a sua marca em segundos pela tua roupa, minha, móveis, tudo por onde passamos. Mas depois fechas os olhos e sonhas outra vez e ali fico eu, a olhar para ti, a segurar na tua maozinha sempre fria, até que caio para o lado morta de sono e me esqueco que também eu tenho mostarda espalhada pelo pijama. As minhas olheiras chegam aos joelhos...agora sei porque é que quem tem filhos envelhece mais depressa!

p.s. nota mental, preciso de procurar o teclado virtual portugues para poder fazer as pazes com o til e com o acento circunflexo.

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